Jean-Michel Claverie é professor emérito da Escola de Medicina da Universidade Aix-Marseille, na França, e está em uma missão um tanto arriscada. Ele tenta reativar vírus que estão preservados nas camadas geladas do Ártico há mais de 40 mil anos para entender se há possibilidade de que eles voltem a contaminar outros organismos no presente. E a resposta que encontrou é que sim.
Por segurança, Claverie estuda apenas vírus que atingem amebas unicelulares, não animais ou humanos. Ele os inseriu em células cultivadas em laboratório e observou como passaram a contaminar novamente. Na pesquisa mais recente, publicada em fevereiro, a equipe do cientista conseguiu isolar várias cepas retiradas de diversas regiões da Sibéria e mostrou como todas foram capazes de infectar as células de amebas. O mais antigo deles, passava dos 48 mil anos.
O trabalho desenvolvido por Claverie é fruto de uma preocupação da comunidade científica com o derretimento do permafrost, a camada congelada de solo abaixo do chão nos polos, por conta do aquecimento global.
Essa camada não contém oxigênio e é livre de luz solar, permitindo a preservação de microrganismos com milhares de anos. Mas seu derretimento acelerado tem deixado pesquisadores em alerta sobre a possibilidade da reativação e contaminação de vírus milenares no futuro.
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